Convidativo a uma boa partida de futebol,
Lohan Motta, irrita seu adversário com os braços,
mas com os pés, o surpreendia,
pois fazia o inacreditável.
Improvisava bons dribles,
aplicava bons passes,
fosse de chapa ou de letra,
adversário tentava,
mas era impecável sua esquerda.
Seu jeito de jogar era encantador.
Quando você menos esperava,
tava lá.
Tinha deixado mais um na cara do gol.
Na beira da quadra
ouvia os comentários no banco:
“Que bola” – “Que passe” – “Calma, ele vai desequilibrar”
Confesso que como técnico
me perdia nas análises do jogo
pois fica encantado
“assistindo” o Lohan jogar.
No campo, o classificavam como armador
ou até aquele “10” clássico.
Na quadra, diziam ser o rabisqueiro,
mas ele gostava mesmo
é que o chamasse de chato,
de folgado e marrento.
Marra essa que levava o futebol
como o primeiro.
O futebol também o levou,
desde Ubatuba, Minas Gerais até o Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro que foi onde seu sonho se pontencializou.
Dentro de uma equipe profissional,
levou Ubatuba para os cariocas,
de quebra,
ao Cristo Redentor.
A imprevisibilidade
foi uma característica que no futebol o marcou.
Imprevisível também se tornou sua vida quando voltou.
Já não vestia society ou chuteira.
Substituiu por trajes refinados,
cujos pertences era duvidoso a procedência.
Duvidoso também, foi sua ida do mundo dos vivos.
Como que um menino “mal”,
como alguns começaram o chamar
virou manchete de jornal?
Manchete que anunciava
a doação de seus órgãos
a 3 pessoas desconhecidas.
E apesar de terem tirado a sua,
deu a eles a possibilidade da vida.
Por isso,
ao falar de você,
direi convicto da pessoa admirável que foi
e das coisas boas aqui feito.
Do mais,
a você, Lohan,
máximo respeito!
Vai com Deus!
Lohan, foi um jovem ex-aluno do Projeto Joga Mais , apaixonado por futebol. Neste ano de 2022 (ano de sua morte) completaria 20 anos de idade.
As circunstâncias o fez partir precocemente, porém será sempre lembrado por nós.
Sem PALAVRAS professor vc está de parabéns chorei como se fosse meu filho viu …
Eu acredito, professor!
Infelizmente estamos sujeitos a essas perdas.